A chegada da Rádio Moscou à Espanha: cultura e comunismo na crise social espanhola (1932-1936)
DOI:
https://doi.org/10.14409/culturas.v0i14.10312Palavras-chave:
Radiodifusão, onda curta, Guerra Civil Espanhola, materialismo cultural, União SoviéticaResumo
O objetivo deste artigo é descrever e problematizar as formas de intervenção e os sentidos promovidos pela Rádio Moscou em espanhol durante seu surgimento na Espanha (1932-1936). A hipótese sustenta que embora a estação da União Soviética (URSS) tenha sido criada para intervir politicamente em outros países, ela conseguiu introduzir-se na situação particular da Segunda República, principalmente por meio da programação cultural. O aprofundamento da politização das emissoras só poderia ocorrer de forma interrompida com o aumento generalizado da inquietação social em dezembro de 1933, outubro de 1934 e janeiro-fevereiro de 1936. A partir disso, concluiu-se que a chegada da Rádio de Moscou para a Espanha foi o resultado da articulação de um processo social onde interveio o sistema de mídias já presente com formas de recepção e funções sociais já definidas, as crises sociais da transição republicana, a situação interna do Partido Comunista Espanhol (PCE), as políticas do estado soviético para quebrar o isolamento, e a nova política «frente populista» da Internacional Comunista (CI). O trabalho foi feito a partir de uma abordagem qualitativa de artigos de publicações como Heraldo de Madrid, La Voz, Luz, La Libertad, Pensamiento Alavés, El Siglo Futuro, Catalunya Social, La Veu de Catalunya, El Diluvio, abc , El Socialista, Mundo Obrero, La Nación, Gracia y Justicia, Ondas, Letras, Blanco y Negro, Crónica y Orbe, arquivadas na Hemeroteca digital da Biblioteca Nacional da Espanha e na Biblioteca Virtual de Imprensa Histórica.