Desestabilizações de uma memória brasileira em chave documental:
vozes de um eu singular e coletivo na produção audiovisual de Petra Costa
DOI:
https://doi.org/10.14409/culturas.v0i15.11243Palavras-chave:
organismos, documentário, democracia, primeira pessoa, Petra CostaResumo
Os filmes do diretor brasileiro Petra Costa Elena (2012) e Al filo de la democracia (2019) propõem a abertura de um espaço de memória autobiográfica no qual vozes e corpos configuram uma paisagem discursiva de resistência e análise política reflexiva. Fortemente poético, o primeiro procura abraçar os espaços fragmentados de memórias, melodias, fantasmas e outras formas de escrita simbólica sobre a morte por suicídio de Elena Costa, sua irmã. O segundo, inegavelmente político, apresenta o curso do impeachment da presidente Dilma Rousseff e o subsequente impeachment de Lula da Silva. A politização do afeto permite a Costa, inscrita na virada subjetiva da produção documental, pensar sobre a conexão histórica entre o espaço público e o do íntimo privado. Seus filmes tornam visíveis palavras públicas e privadas através de um arquivo de imagens que falam de história e memórias.