Entre nação e revolução
A experiência do nacionalismo marxista da Frente de Esquerda Popular na cidade de Santa Fe, Argentina (1962-1983)
DOI:
https://doi.org/10.14409/culturas.2023.17.e0027Palavras-chave:
nacionalismo marxista, FIP (Frente de Izquierda Popular), militância política , história oralResumo
Em 9 de dezembro de 1971, foi assinado o Manifesto fundador da Frente de
Esquerda Popular (FIP), espaço político liderado por Blas Alberti, Jorge E.
Spilimbergo e Jorge A. Ramos (Galasso, 1983). A formação dessa força
significou o ponto culminante de um processo de confluência entre diversos
atores que vinham realizando uma original elaboração teórico-crítica.
Encabeçado por figuras da intelectualidade argentina (particularmente por
Ramos), esse grupo heterogêneo que poderíamos chamar de “nacionalismo
marxista” teve suas origens fundamentalmente no momento da irrupção do
peronismo no cenário político nacional e no impacto que isso teve na esquerda
argentina. A conformação da FIP suporia a terceira "encarnação" partidária
dessa corrente político-ideológica.
Este trabalho pretende rever o percurso histórico anterior do espaço
heterogêneo do nacionalismo marxista e suas principais orientações teóricas e
políticas, para depois enfocar particularmente sua experiência na cidade de
Santa Fé. O trabalho recupera a experiência militante de integrantes que
participaram do referido espaço num período compreendido entre a década de
1960 e a transição democrática de 1983. Debruçamo-nos, sobretudo, sobre
que formas de organização o espaço assumiu na cidade, como interveio
publicamente e como se posicionou face à conjuntura política nacional do
período. Para abordar a questão utilizaremos a publicação oficial da FIP (Izquierda Popular, publicada entre setembro de 1972 e março de 1976) e
depoimentos de militantes da organização, contando também com bibliografia
específica sobre o assunto.