Cinema e ecofeminismo em debates públicos possibilitados por espaços culturais
O caso do Festival Internacional de Cinema Ambiental (FINCA) em Buenos Aires, Argentina
DOI:
https://doi.org/10.14409/culturas.2024.18.e0044Palavras-chave:
cinema ambiental, ecofeminismos, cultura, território, imaginações sócio-ecológicasResumo
Este artigo é produto de um projeto de pesquisa de grande envergadura cujo objetivo principal é analisar o papel das experiências de cinema ambiental em diferentes redes de atores envolvidos em questões territoriais e ambientais nas principais metrópoles da Argentina. Nesta linha, este artigo pretende analisar a experiência do Festival Internacional de Cinema Ambiental (FINCA) do Instituto Multimídia de Direitos Humanos, entendido como um espaço cultural que possibilita o debate público em Buenos Aires e que as redes de mobilização socioambientalista integram como parte de suas estratégias de visibilização e reconhecimento.
A investigação se faz desde uma perspectiva sociológica que se centra nos seguintes eixos: o modo como o FINCA estabelece laços com os grupos e comunidades com os quais trabalha em rede; a abordagem ecofeminista que a experiência do FINCA adopta no quadro das diferentes questões territoriais e ambientais registradas nos filmes que escolhe para sua exibição e posterior debate; os imaginários socioecológicos que se constroem como produto das discussões que o FINCA possibilita na esfera pública. Parte dos resultados indica que, nas suas últimas edições, o FINCA tem vindo a fomentar a discussão pública em torno de filmes que documentam a emergência de ecofeminismos territoriais na América Latina e no Sul Global. Os eixos principais do debate reivindicam publicamente a ética do cuidado, a justiça da água, ambiental e de género, bem como o direito à comunicação, à cultura e à soberania audiovisual.