Usos intempestivos do patrimônio histórico e cultural do Ocidente na poesia de Aldo Oliva

Autores

  • Bruno Crisorio Universidad Nacional de La Plata (UNLP, Argentina); CONICET.

DOI:

https://doi.org/10.14409/culturas.v0i13.8604

Palavras-chave:

Aldo Oliva, poesia, cultura, tradição, história

Resumo

Entre os papéis que deixou Aldo Oliva ao morrer, encontra-se uma espécie de breve autobiografia, irônica, que acabou servindo de contracapa para sua Poesia completa. Aí diz: «Aos quinze anos me topei com a cultura: não a lembro». De um poeta como Oliva, cuja erudição e trabalho paciente sobre a tradição ocidental se faz visível no primeiro poema que lermos, esta frase chama a atenção. Mas, de fato, o paradoxal cruzamento entre tradição e novidade, entre cultura e esquecimento, percorre a obra do autor, produzindo uma poética ao mesmo tempo clássica e de ruptura. Partindo da análise
de alguns poemas de seu último livro, Ese General Belgrano y otros poemas (2000), e algumas reflexões de Nietzsche sobre o peso da história para a vida, abordaremos esse duplo posicionamento que configura, acreditamos, a singularidade de Oliva, e tentaremos rastejar as filiações que gera esse campo em tensão. O «esquecimento» de Oliva, concluiremos então, pode ser lido neste sentido: como irreverência perante o passado, como uma leitura tendenciosa  que penetra sua aparente perfeição para permitir a criação. A poesia (arte) põe em movimento uma tradição que parecia congelada, petrificada: como sugere um dos poemas analisados, que poderia ser considerado uma arte poética, a poesia transforma emblemas em problemas, na «aventura
seminal do fruto».

Biografia do Autor

Bruno Crisorio, Universidad Nacional de La Plata (UNLP, Argentina); CONICET.

Licenciado en Letras por la Universidad Nacional de La Plata (UNLP, Argentina). Becario en el CONICET por el proyecto «La lírica de Aldo Oliva [1927–2000]. Efectos de lo político en las relaciones entre poesía e historia argentina», dirigido por Miriam Chiani y Enrique Foffani. Adscripto a la Cátedra Teoría Literaria
I de la Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación (UNLP), cuya titular es Miriam Chiani. Ha participado en el libro Cuadernos de teoría, dirigido por Miriam Chiani (Al Margen, 2014), y es compilador, junto con Eugenia Straccali, del libro Atlas de la poesía argentina (EdULP, 2017).

Publicado

2019-11-06

Como Citar

Crisorio, B. (2019). Usos intempestivos do patrimônio histórico e cultural do Ocidente na poesia de Aldo Oliva. Culturas, (13), 39–56. https://doi.org/10.14409/culturas.v0i13.8604

Edição

Seção

Itens / Eixo 1.