A construção da ideia da Europa a partir da alteridade.
Uma discussão semiótica sobre as identidades geográfico-culturais
DOI:
https://doi.org/10.14409/culturas.v0i14.10304Palavras-chave:
Europa, alteridade, limites semióticos, identidade, Rio da PrataResumo
Significantes como «Europa» e «o europeu» são utilizados frequentemente como categorias para a identificação tanto pessoal como coletiva. Porém, eles referem a uma unidade de sentido –«Europa»– cuja extensão e cujos limites não são nem geográfica nem culturalmente claros. Desde uma perspectiva semiótica, este artigo apresenta uma discussão sobre como a construção da ideia à qual referem estes significantes tem sido articulada em termos discursivos a partir dum «Outro». A discussão é ilustrada por meio da comparação com a identidade associada ao «Rio da Prata» e «o rio-platense», significantes que também referem a uma categoria de sentido articulada a partir duma região geográfica específica, cujas características socioculturais apresentam semelhanças com aquelas dos países da Europa do Sul. Como se argumenta no artigo, essas semelhanças culturais supõem um desafio conceitual em relação aos processos semióticos de exclusão, diferenciação e alteridade que caracterizam a toda construção indentitária.