Arte, estética, política e crises
DOI:
https://doi.org/10.14409/culturas.2024.18.e0037Palavras-chave:
nacionalização da política, artivismo, espaço público, corposResumo
O presente trabalho pretende percorrer um caminho que nos permite pensar conceitos centrais quando se trata de sublinhar a relação entre a arte, a estética e a política, e as configurações que este quadro adquire em nosso país, tentando delinear algumas observações que nos ajudem a caracterizar as expressões que ocorreram no contexto da crise de 2001 e as que tiveram e apareceram na crise que sobreveio após a pandemia.
Dois aspectos interessantes que poderiam organizar o
exercício de pensar esta relação tem a ver, por um lado,
com as diferentes visões sobre a estetização da política,
entendida como um processo inserido num tempo histórico, ou, pelo contrário, se devemos pensá-la como uma questão ontológica. Por outro lado, o lugar central ocupado pelo espaço público e pelo corpo a partir das novas formas de intervenção política denominada artivismo.
Num percorrido muito fugaz, analiso a relação entre estética, política e arte, partindo de duas variáveis conceituais chaves neste esquema: o espaço público e os corpos. Também analiso uma dimensão que se revela fundamental para tratar as condições de possibilidade: o tempo histórico. Desta forma, sustento que as crises de 2001 e 2020 vão delineando diferentes formas de invadir o espaço público, diferentes formas de fazer política e de expressão coletiva. Aproximam-se tempos de grandes desafios para a sociedade como um todo, na medida em que possamos virar a premissa de «cada um por si» em busca de estratégias coletivas, poderemos acreditar mais uma vez que a solução é coletiva e que a arte é uma experiência criativa com poder de criar cenários políticos chaves de resistência para a vida comunitária.