Documentários, justiça e memórias. Representação dos julgamentos aos responsáveis das ditaduras dos ’70 na Argentina e no Chile
DOI:
https://doi.org/10.14409/culturas.v0i13.8615Palavras-chave:
representações audiovisuais, documentários, processos de julgamento, vetor de memóriaResumo
No presente trabalho nos propomos analisar as produções de documentários audiovisuais sobre os julgamentos em torno dos crimes ocorridos durante as
ditaduras cívico-militares da década de ’70 no caso argentino e chileno. Ao mesmo tempo, considerar estes filmes no processo de construção da memória e sua relação com as políticas de memória delineadas e desenvolvidas nos dois países em torno à produção audiovisual. Pretendemos trabalhar de forma comparativa as produções documentárias que representam os processos judiciais no caso argentino e no caso chileno, colocando em tensão, por um lado, a relação entre história e cinema, fatos verificáveis - representação da realidade e, por outro lado, a produção audiovisual e construção da memória.
Esclarecemos que o foco da investigação está concentrado na representação dos julgamentos e das memórias que entram em disputa, lutam e pujam nas tramas narrativas dos audiovisuais que tomam este tema como central para suas produções. Estuda-se comparativamente de forma simultânea dois casos com certas semelhanças na implantação e efetivação das ditaduras cívico- militares, mas com notáveis difereças nos processos de transição democrática, julgamentos aos responsáveis e delineamentos de políticas de memória, abordando a análise comparativa em termos do que acontece com o julgamento e a representação fílmica destes processos em ambos os países. Os objetivos que norteiam esta pesquisa se propõem considerar os documentários segundo o país de origem, destacando diferenças na modalidade de representação: que elementos e recursos eles utilizam, como eles representam os acontecimentos e quais memórias entram em disputa em suas narrativas; indagar sobre as estratégias, os recursos e os dispositivos utilizados por eles para a representação dos julgamentos.